[BRASIL NO COPO #9] ASCENÇÃO DA PROFISSÃO BARTENDER
Coquetelaria na literatura/ Conclusão de viagem pelo Brasil
O início de tudo
Durante a pandemia, sem nenhum bar pra trabalhar e com crise de ansiedade, decidi estudar sobre outra coisa e desisti definitivamente de ser bartender.
Não tinha perspectiva na área e fiquei realmente desacreditada que voltaria ao normal, pensando em um cenário pós-pandêmico, instável e complicado pra profissão.
Decidi fazer o que muita gente estava fazendo, estudar marketing digital e migrar para negócios on-line. Era um ótimo momento para começar algo novo, então entrei de cabeça. Nesse momento descobri algumas pessoas que se tornaram meus mentores e me ajudaram nessa descoberta de mim mesma. E assim encontrei algo que também gostava de fazer: escrever.
Em meio a circunstâncias voltei pra o bar e a escrita ficou de lado. Voltei com novas ideias, e depois de algum tempo atuando dia após dia, comecei a pensar em qual seria minha contribuição para a minha classe e como transmitir essa mensagem para as pessoas. Não queria ser mais uma pessoa fazendo vídeo de receita de coquetéis. Uma mídia que dá certo e eu consumo inclusive, mas não faria sentido pra mim. Foi quando decidi começar a conectar escrita á coquetelaria. Algo que gosto e aprendi a fazer, com o que eu faço há mais de 8 anos e amo.
Sobre literatura de bar e conteúdos fora da bolha
Vou confessar aqui que eu nunca li um livro estrangeiro de coquetelaria! Por falta de acessibilidade, não saber ler em inglês, e um pouco de comodismo. Porém venho lendo sobre outros assuntos e me senti muito inspirada em aplicar na minha carreira profissional.
Literatura brasileira, história da arte no Brasil, gastronomia brasileira, acompanhando perfis profissionais de pessoas da indústria e marcas no LinkedIn e percebi a importância de buscar informações fora da nossa bolha. Aprendi com isso, o quão importante é dominar outros assuntos e se aprofundar neles para que a profissão bartender e a coquetelaria brasileira ocupe novos espaços e possa transcender.
É preciso provar que o bartender não é só um fazedor de drinks e trabalha com bebida alcoólica. Se a aliar a outras formas de fazer coquetelaria e entender a essência do ofício é uma forma de ser visto com outros olhos por leigos. As vezes cansa ser vista como a pessoa que deixa as pessoas bêbadas, algo que nem de longe ser bartender é apenas isso.
Conclusão de viagem pelo Brasil
Pouco mais de 7.000 kms pelo Brasil em busca de ingredientes diferentes, novas formas de fazer coquetelaria e entender o cenário da coquetelaria nacional de perto, mas também aprendi coisas que não imaginava aprender, e descobri algo muito importante, talvez a coisa mais importante: minha identidade pessoal e profissional. Foram quase 4 meses de muito estudo, em pesquisas, desenvolvimento de novos projetos, conhecendo pessoas que agregam
O Nordeste é incrivelmente lindo e cheio de possibilidades para a coquetelaria nacional. Antes de pisar em solo nordestino, já havia homenageando a região em participações de campeonatos, sendo influenciada por viagens que já havia feito região e pela Fernanda que é pernambucana. Foi então que decidi colocar minha identidade nas minhas narrativas e criações, pois sabia tanto sobre outras culturas mas e a minha? Qual seria a assinatura do meu trabalho dali por diante. Percebi o quanto havia me perdido das minhas raízes e hoje volto pra minha terra mais paulistana do que nunca! Misturando culturas, mas colocando sempre minha como ponto principal, pensando em algo verdadeira a se passar.
Uma trajetória de buscas por ai a fora, para conseguir enxergar por dentro! Em muitos aspectos…
PARA SE ATUALIZAR E SE INSPIRAR
Em meus estudos sobre a Campari, descobri quem faz alguns daqueles quadros vintages. Considerado um dos progenitores do design de cartazes italianos, o nome dele é Marcelo Dudovich. Separei algumas imagens no pinterst de obras dele e outros artistas.
Breve e interessante história da Caipirinha! Muito válido saber a fundo sobre um dos clássicos nacionais.
Livro: Culinária Brasileira, muito prazer. Conta com a participação de pessoas influentes na cena da gastronomia e coquetelaria brasileira.Por Roberta Saldanha. Livros de gastronomia são muito interessantes para quem quer evoluir em criações de coquetéis.
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